O que é “ Acting Out”
em Psicanálise (Freud)
O Criador
da Psicanálise Sigmund Freud empregou esse termo agieren (traduzido para
o inglês como acting out) em 1905, na época em tratava do caso Dora.
Freud fez
uso desse termo com a situação transferencial
da análise do “Caso Dora” e devido a sua resistência adveio a substituição da
memória através da ação para fora.
Ao
observar no acolhimento psicanalítico a interrupção precoce por parte de Dora do tratamento, Freud escreveu que ela atuou
uma parte de suas lembranças e fantasias ao invés de expressá-las com palavras
no processo analítico.
Freud
escreveu:
“A transferência apanhou-me desprevenido, e,
devido ao que havia de desconhecido em mim que a fazia lembrar-se de Herr K,
ela vingou-se em mim como desejara vingar-se dele, abandonando-me do mesmo modo
como se sentira abandonada e enganada por ele. assim Dora ‘atuou’ uma parte essencial das suas
lembranças e fantasias, em vez de reproduzi-las no tratamento psicanalítico;
isso em psicanálise é “acting out”
A paciente
faz a “transferência” através da “ação para fora” de um conteúdo “recalcado”
que pela sua resistência que é algo inerente ao tratamento das neuroses inorgânicas
que é o objeto do tratamento psicanalítico.
Não é
incomum muitos pacientes não conseguirem fazer o discurso de suas lembranças e
fantasias pela fala da ambigüidade dos afetos recalcados. .
Retornado
a Freud em 1914, Sigmund Freud usa o termo em seu texto Recordar Repetir e Elaborar, no qual
ressalta seu entrelaçamento com a prática psicanalítica.
- Podemos
dizer que o paciente não ‘recorda’ coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas
o expressa pela atuação ou ‘atua-o’ (‘acts it out’). O paciente reproduz não
como lembrança, mas como ação: repete-o, sem saber ou ter consciência que naturalmente,
saber o que está repetindo”.
Neste escrito
e trecho, o criador da Psicanálise Sigmund Freud se refere a ações que o
paciente pratica ao invés de recordar. O paciente repete o que esqueceu e
reprimiu ao reproduzir como ato, sem saber o que está repetindo. Sendo isso uma
das formas mais peculiar de recordar que aparece durante a as sessões de análise
psicanalítica.
Mas nem
sempre o fato de haver a “repetição” em análise não é sempre acting out, embora neste
se expresse uma modalidade de repetição.
Prof. Luiz Mariano
M.D.
Psicanalista Clínico
Referência e fonte de
Consulta: “Caso Dora” (Obra de Domínio Público)
Edição tradução Inglesa
– Obras Completas de Freud – Vol.: VII – Editora Imago