sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Sujeito do bem estar do "Outro"

Durante muito tempo vivemos como verdadeiros "sujeito" mas que dependemos de tempos em tempos de se "punir" , "Sofrer" ou mesmo "sentir muita Culpa" assim vamos recalcando nossa o contrariedade; E tudo isso quase sempre para o bem "estar" ou até mesmo literalmente para o "Bem viver" ou "Bem prazer" do outro. Neste contexto podem estar inseridos as vezes, Criação de filhos, esposa, marido, namorado, amante, profissão ou carreira ou mesmo em algumas relações que mantemos de vínculos sociais e culturais.

Na travessia continuada e persistente durante a análise; Esse viver para o outro, passa a ter uma reedição e re/significação onde o sujeito para o outro deixa aos poucos de existir ou num processo descontinuado o existir para o "outro" deixa de ser uma prioridade da nossa vida. É Isso que durante a sua travessia na psicanálise que vai se verbalizar-se a "si-mesmo" que ao longo do tempo muito o "sujeito" se anulou como "individuo/sujeito" de sua própria felicidade, prazer, história.

Ao elaborar isso na "análise" a partir desse instante suas escolhas, se renovam e a sensação de liberdade e crescimento para sua vida representa uma evolução e ganho sem igual valor.

O sujeito passa a se reconhecer que pode viver sem "estar" sujeito ao bem "estar" do outro.

Luiz Mariano
Psicanalista
www.drluiz.com

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para depois dos lutos.....

 

 

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...

Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.

Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas

proprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.

Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde.

Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.

Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de"amigo".

Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida". 

Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente. 

Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...


Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar... 

simplesmente durmo para sonhar.

 

Walt Disney

 

 

cisne negro

Cisne Negro, neurose e psicose

 

O filme de Darren Aronofsky que concorre ao Globo de Ouro e provavelmente será indicado ao Oscar, está bombando na web. Primeiro, por causa das cenas de amor lésbico entre Natalie Portman e Mila Kunis. Segundo, por ter gerado o filho de Miss Portman com o coreógrafo Benjamin Millepied, seu parceiro nas belíssimas cenas de ballet do filme. Mas se "Cisne Negro" é uma iguaria fina para os amantes da Dança, para os estudiosos da Psicanálise é um verdadeiro banquete. Nina Sayers, filha única de uma mãe que "sacrificou sua carreira de pintora" para cuidar da garota, aparentemente não conheceu o pai, que ninguém conta se morreu, fugiu ou foi apenas um espermatozóide comprado. Provavelmente, esta ausência do 3º vértice do triângulo e o fato de não ter vivenciado seu Complexo de Édipo na idade certa, tenham levado Nina a projetar a figura paterna no Diretor, a quem tenta agradar com um perfeccionismo obsessivo, ao mesmo tempo em que disputa seu amor com a antecessora na posição de 1ª bailarina da Companhia. Essa obsessão, por sinal, é o único sintoma neurótico da personagem de Natalie. Os outros todos são pura psicose. Ao que tudo indica, a simbiose com a mãe, natural nos primeiros meses do bebê, não tendo sido desfeita, originou os sintomas psicóticos. As visões que levam o público a classificar o filme como "de terror", são alucinações desencadeadas pela paranóia da bailarina. Como a maioria dos paranóicos, Nina enxerga inveja nas outras bailarinas porque no fundo ela inveja sua antecessora. Invejar aqueles que sabem o que querem, conhecem seus desejos também é uma característica da perversão, aquele tipo de psicose comum nos que vivem par realizar os desejos dos pais ou das mães, o caso da moça. A partir das psicoses, Nina cria fantasias persecutórias horriipilantes que se voltam contra ela própria. Como se não bastasse, também carrega culpa pelo fato de a mãe responsabilizá-la por sua insatisfação e se mutila o tempo todo como auto-punição. Pro cardápio ficar completo, Nina tem ainda um bloqueio sexual que a impede de dançar com emoção. A ponto de o diretor lhe recomendar masturbação como lição de casa. Para concluir, a simbologia do mito do cisne Negro, onde a princesa má e a boa são representadas pela mesma solista reforça o conceito freudiano de que todos nós temos nosso lado obscuro, também conhecido como Id.

 

Eu sem Você

Eu sem você

 Exagero é próprio da paixão.

A paixão é efervescente, intensa e exuberante.

Na adolescência estamos muito suscetíveis a ela pelas próprias características do adolescer.

Adolescência é cenário adequado para paixão, ainda que não seja exclusiva dessa fase da vida, é nela que estamos ensaiando para a chegada do primeiro amor.

Quando adolescentes apaixonados, sempre imaginamos que o outro é tudo!

Só quando o amor surge percebemos haver uma distinção entre esses sentimentos, amor e paixão.

Vamos caminhando pela vida e encontrando paixões, amores e amores apaixonados.

Com a maturidade que vamos conquistando é que podemos perceber que há uma divisão, às vezes, tênue entre a saúde e a patologia em se tratando de paixão.

Numa vivência saudável deste sentimento, ela é imprescindível à vida. Precisamos estar apaixonados para seguir vivendo bem.

Apaixonados por alguém, por uma ideologia, por algum projeto, pela família, pelos amigos.

Apaixonados, ainda, por um filme, um livro, uma música e assim por diante.

Um bom teste para saber se estamos vivendo nossas paixões de forma saudável ou não, é questionar e responder: “este sentimento me expande ou me paralisa?”

Não estar paralisado é muito bom.

Em geral, no que se refere a relacionamentos, nos encantamos, nos apaixonamos, vivemos a taquicardia que antecede o primeiro encontro, a ansiedade pelo toque do telefone, o ensaio para dizer a coisa certa - que nem ao menos sabemos o que seja - e tantos outros sintomas de início de relacionamento.

 Depois, vem a convivência.

A relação que se mantém, passa a ter menos química e mais equilíbrio.

Então, estamos prontos para avaliar se o que nos encantou era real ou apenas projeção, possivelmente, comandada por nossas carências.

Quando nos dedicamos à questão da saúde emocional, observamos um fenômeno comum que se mostra preocupante. Muitas pessoas têm depositado sobre outras, toda a responsabilidade por sua felicidade, e mais ainda, por sua própria vida.

Há pessoas que estão em constante estado de alerta para encontrar aquele ou aquela que completará sua vida, realizará seus sonhos e as farão, finalmente, felizes.

Ao primeiro sinal de reciprocidade se entregam e consideram o outro capaz de responder à altura todas as suas expectativas.

Para manter esse alguém junto a si, são capazes de tudo.

Convenhamos que em certos momentos é bom ouvir frases românticas do tipo: “Não sou capaz de viver sem você. Você é a razão da minha vida.

- Você é tudo na minha vida.

O problema é quando a frase sai de seu contexto poético e se estabelece na realidade psíquica do indivíduo.

O outro, até então desavisado, se vê sobrecarregado de uma responsabilidade que é incapaz de assumir.

Ser responsável por nossa própria vida, buscar nossa felicidade, já é bastante desafiador. Assumir esta responsabilidade por outro pode ser devastador.

Existem pessoas à nossa volta fugindo desesperadamente de estar, por qualquer tempo que seja, a sós consigo mesmas.

Sentem medo de sua própria companhia.

Precisam apegar-se, então, ao relacionamento em que estão, muito mais por medo da solidão que imaginam que irão sentir, do que pelo que a pessoa a seu lado é. Ou, ainda, manter-se na constante busca de encontrar a quem se apegar e delegar-lhe o poder de lhes fazer feliz.

Tudo pode até funcionar se o outro também sentir assim.

O relacionamento fica concentrado e as pessoas paralisadas pela tarefa de manter a qualquer preço a situação, como presos a um contrato tácito ou até explícito.

Entretanto, quando alguém entende sua existência como um fato em si mesma, quando tem consciência de suas virtudes e limitações e de sua responsabilidade individual de crescimento pessoal, aceitar ser o único motivo da vida de alguém, não demonstra ser nada atraente.

Pelo contrário, pode afastar.

O universo feminino, por uma questão histórica e cultural, é ainda bastante povoado pela fantasia de encontrar um homem que seja tudo.

Alguém criado para especialmente para fazê-la feliz.

No universo masculino, pelos mesmos motivos, ainda existe uma divisão entre a pessoa com quem se casa e tem filhos e aquela disponível aos seus prazeres e aventuras.

Nesse ambiente as pessoas são idealizadas e estão sempre procurando cumprir seu papel, aquilo que se espera de cada um. Logo, um não se enxerga sem a presença do outro que tem o papel complementar.

É como se cada um dissesse: “Eu sou eu, a partir de você. Não sei quem sou sem você.”

Se esta postura diante da vida é fortemente limitadora, pelo constante medo da perda, por outro lado há pessoas que fazem diferente e nos mostram que há uma mudança positiva em processo.

Homens e mulheres que não amam demais, apenas, amam.

Preocupam-se em ser, em aprender, em interagir, em contribuir com suas experiências. Pessoas cujo encontro gera expansão.

Pessoas que não se preocupam em sufocar o outro, mas em estimular seu crescimento e crescer junto.

A beleza do relacionamento é aquilo que ele acrescenta na vida do casal e na vida do indivíduo.

A beleza está na visão que se amplia pelas possibilidades de desenvolver projetos conjuntos e na segurança que se sente em desenvolver seus projetos pessoais. A beleza está em ter cumplicidade em aventuras. 

A beleza está na criatividade que a liberdade de estar com quem se ama e ser aceito pelo que se é, faz florescer.

Quando existe amor, bom é saber que sem você, aquela pessoa que se ama vai continuar a viver, porque existem outros motivos para sua existência.

Que um eventual afastamento de ambos não os destruirá, ainda que se venha a sofrer. Que a força do que se viveu acrescentou energia suficiente para continuar caminhando, só ou em outra companhia. Bom é saber que estar juntos significa escolha e não prisão.

Edna Cassiano é Psicanalista, Escritora e Sexóloga 

 

Membro da ABMP-DF 

Visite o site: www.abmpdf.com 




"O Avarento guarda o seu Tesouro como se fosse seu; Mas teme Servir-se dele como se na Realidade pertencesse a Outrém."

 

(Bion)




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"O Avarento guarda o seu Tesouro como se fosse seu; Mas teme Servir-se dele como se na Realidade pertencesse a Outrém." (Bion) ..

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