quinta-feira, 31 de março de 2011

Prazer em ler Freud

A Psicanálise ocupa-se de coisas simples, sumamente simples, que são imensamente complexas. Ocupa-se do Amor e do ódio, do desejo e da lei, dos sofrimentos e do prazer, de nossos atos de fala, nossos sonhos e nossas fantasias. A psicanálise ocupa-se das coisas simples e complexas, mas eternamente atuais. Ocupa-se delas não apenas por meio de um pensamento abstrato, mas através da experiência humana de uma relação concreta entre dois parceiros, analista e analisando em interação permanente.

Extraído do Livro: “O prazer de Ler Freud”

J. D. Nasio Editora: ZAHAR

sexta-feira, 25 de março de 2011

Uma construtora no divã

Sobrevivente em seu setor, a Racional fez até terapia para enfrentar as crises

Foi no divã de um psicanalista que a construtora Racional Engenharia resolveu suas crises financeiras, de gestão e existenciais.

Por quase duas décadas, comparecer à terapia em grupo era tão importante quanto entregar relatórios de obras ou atender às demandas de clientes. "Era uma forma de falar do não falado, de discutir as incompetências de cada um e criar vínculos mais fortes na equipe", explica o fundador Newton Simões.

Ele decidiu procurar ajuda da psicanálise depois que uma debandada de diretores o fez perceber que estava sozinho no comando da empresa.

A experiência foi tão intensa que Newton, por vezes, viu-se tentado a abandonar a engenharia para se dedicar às questões freudianas.

Fez bem em continuar no ramo.

Com 40 anos de mercado, a Racional prevê ultrapassar em 2011 a marca de R$ 1 bilhão de faturamento. É um patamar histórico para uma das construtoras mais antigas do segmento built to suit (de construção sob encomenda), vista no mercado como uma "sobrevivente".

A companhia passou (quase) incólume pela estagnação que se abateu sobre a construção civil nas décadas de 80 e 90. Viu empresas concorrentes, mais tradicionais e maiores, desaparecerem com o fim do crédito fácil vindo do BNH.

Nomes como Omni, Roffmann, Rácz, Grubima foram ficando pelo caminho.

Nem Newton sabe explicar como conseguiu colocar a empresa de pé depois de tomar um calote histórico numa das primeiras obras de grande porte de seu portfólio, o Club Med Itaparica na Bahia.

Pouco tempo depois teve de contornar outro rombo, ao descobrir que seu gerente de RH fraudava a folha de pagamento com funcionários fantasmas.

Só mesmo à base de terapia para seguir adiante.

A Racional aproveitou esse período de seca no mercado imobiliário para arrumar a casa.

Fez isso com a ajuda do psicanalista e consultor de empresas Marco Aurélio Velloso. As sessões eram semanais e densas. Executivos engravatados choravam que nem crianças.

Até Newton admite que exagerou na dose. Para engenheiros acostumados ao pragmatismo da construção civil, falar de si mesmos e ter suas incompetências escancaradas diante dos colegas parecia mais difícil do que colocar um prédio de pé.

"Foi um processo lento e doloroso, mas que levou os executivos a um grau de autonomia enorme", diz Velloso.

Foi nessa época que a atriz Eloísa Elena passou a participar dos encontros anuais de integração dos funcionários da Racional, com a missão de levar para o palco os dramas enfrentados pelas equipes no dia a dia.

Hoje, ela tem cadeira cativa no conselho da empresa.

"Não entendo nada de engenharia, mas conheço de relações humanas e é por isso que estou ali."

Tanto investimento em autoconhecimento tinha de trazer algum fruto para a operação da empresa.

Sem grandes traumas, a Racional mudou o foco de atuação e passou de mera empreiteira a desenvolvedora de projetos de engenharia de alta complexidade, como o Centro de Medicina do Hospital Albert Einstein e os data centers do Bradesco e da Tivit. Mais de 60% da receita, porém, continua vindo dos shopping centers.

A empresa aposta também nos condomínios logísticos, onde além de projetar e construir, assume a função de administradora.

O Centeranel Raposo, localizado nas proximidades do Rodoanel, em São Paulo, foi inaugurado no fim de 2010. Outro, na região de Viracopos, será entregue em maio.

"Tudo é feito com investimento próprio", ressalta Simões. A Racional foi uma das poucas construtoras de grande porte que não se renderam aos IPOs em 2007. "Ficou para trás, parada no tempo e cheia de vícios", na avaliação de uma fonte do setor.

Após se dar alta da psicanálise e imprimir um esquema de "coletividade" na tomada de decisões, a Racional se prepara para adotar, com certo atraso em relação aos concorrentes, uma política de meritocracia, com metas e bônus individuais.

Os funcionários estão assustados com as mudanças.

Mas se não der certo, Freud está aí para ajudar.

Fonte Consultada:

Naiana Oscar - O Estado de S.Paulo

Março/2011



segunda-feira, 21 de março de 2011

Reflexão

“O Olhar serve de fotografia ao Invisível, Assim a

Escuta serve de Eco ao Silêncio do Inconsciente nas Palavras.”

 

www.drluiz.com

 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Psicanalista não é Deus porém.....!

Apesar da psicanálise se assimilar muito ao exercício de um sacerdócio de escuta das aflições da Alma humana, a psicanálise exige um processo continuado de formação.
Muito embora o Psicanalista não é Deus e nem talvez o represente.
Porém é importante que se saiba! Que todo não comparecimento a sua "sessão" de análise que for desmarcado em cima da hora da sessão, Representa custos ao profissional, além disso isso é uma das formas mais comum e subliminar do "analisado impor sua resistência.
Exceto por motivo de força maior: "Acidente", "Emergência Médica" "mando de Justiça" ou "Morte"; Fora disso o analista já sabe que isso é processo de "resistência" e um sinal que seu processo de análise ainda deve continuar para sua formação adequada.
Psicanalista pode não ser Deus ou o representá-lo! Porém você deve sempre se "lembrar" dele e bem antes do seu horário e dia.
Aqueles que estão em formação sabem impor sutilmente sua "resistência e não a ir a sessão analítica".
Porém não deveria perder tempo e a oportunidade! De saber que o "aprendiz" pode exercitar desde inicio a ética e respeito ao profissional que lhe supervisiona.

sábado, 5 de março de 2011

Conflitos Conjugais

A vivência e o tempo de cada relação “conjugal” fazem com que os laços afetivos fiquem bem enraizados e pré-estabelecidos até por razões inconscientes e da necessidade sutil de transferência de nossa infância ou vida uterina para o conjugue.

Nós achamos que amamos, mas na realidade não “amamos” na maioria das vezes apenas nos “apaixonamos” pela nossa fantasia ou ideação de amar.

Na fantasia, ou ideação afetiva algumas mulheres e homens se apaixonam por aquele que complemente a sua carência de amor.

Nessa arte e tentativa amar; os nossos desejos reprimidos e traumas da infância segundo Freud; tenham sido eles realizados ou não terão grande influência em nossas relações com o “outro”.

Assim, o outro praticamente fica com a responsabilidade às vezes que até “cruel” de nos tornar felizes nas 24 horas de cada dia.

O outro fica responsável por satisfazer a minha necessidade de ser amado (a) para assim mais ter amor e alegria que sentir. Até porque se tratando de Amor o “ter” vem de “fora” é paixão e o sentir o que vêm de “dentro” é amor.

Muitas vezes os conflitos conjugais de grande maioria dos casais é apenas um perpetuar do “passado de cada um” e nisso pode se construir mais ausência de fronteiras da realidade presente.

O casal entra nesse jogo de complementação. Sem se dar conta, de que a paixão confunde o “eu” e o “tu”, ameaçando a identidade, a individualidade de ambos.

A nossa estrutura psíquica “inconsciente” parece ficar estática por algumas repreensões e traumas da infância. “Muitos de nós paramos na Infância” mesmo sendo hoje adulta nossas neuroses e questões da infância estão no inconsciente.

Assim o casal cria um “espaço” próprio “individual” onde cada um sente o outro como “um pedaço de si”. Ficando encarregado de perpetuar e realizar seus sonhos antigos e frustrações.

Este “espaço” fantasmagórico meio que afetivo imaginário é também um meio neurótico exposto às 24 horas do dia à inúmeros riscos. Onde se houver os sentimentos de rompimento de confiança e decepção serão iminentes, caso o “outro” não corresponda às expectativas que nele foram projetadas ou fantasiadas.

As Fantasias estão para travessia e educação da infância. Os sonhos além de guardião do sono é o alento da Juventude. Já às alucinações é manjar para psicóticos e sociopatas.

A união de um casal pode funcionar como um “mecanismo de defesa” uma capa proteção que isola-nos de uma realidade que ainda não aceitamos ou lidamos com a mesma. Em algumas uniões conjugais estamos fixados e num estado de conforto, em um mundo estático que não evolui para nenhum dos dois.

Evidente que os conflitos serão resultantes da não “superação dos conteúdos do passado e da estruturação psíquica infantil” até porque durante a travessia dessa fala nas sessões de “análise” o indivíduo busca se atualizar e se adequar às suas neuroses e traumas de infância.

E como nem todos fazem “análise” ou saem do seu discurso de queixa dos conflitos, isso lhe acompanha ao longo da vida por falta de iniciativa ou prática fora do Divã do psicanalista.

Na relação conjugal “estática e viciada” os conflitos deixam exposto que cada um, quase que exige “psicopatologicamente” um do outro mais do que o mesmo pode ceder.

Assim indiretamente cada um se torna responsável e meio que culpado pelo que não foi resolvido na infância do outro.

A Inércia humana parece ser uma das leis ou regra básica da estrutura psíquica do inconsciente, com isso na “relação conjugal” os conflitos reprimidos e traumas, serão revividos com o peso do presente dentro da vida adulta.

O conjugue que desafiar ou trazer novos afetos, confronta o que há de estático (inconsciente) que aparentemente havia uma situação de “normalidade” ou de se estar num estado de “imutabilidade” até que esses desafios venham à tona.

Essa influência do inconsciente de cada “sujeito” gera uma passividade ilusória na vida do casal.

É como um grande lago parado que se esconde na verdade um mundo em seu interior.

E momentaneamente! Algo agita aquelas águas profundas e aparecem todos os tipos de monstros da infância.

O outro ser um “eu” e não um “nós” pode significar a perda do domínio e da posse, com sentimentos de rejeição e solidão. Assim, a individualidade pode ser uma ameaça para essas estruturas aparentemente imutáveis.

Nesse aparente jogo, nosso inconsciente parece estático, enquanto que os conflitos do dia a dia coloca o casal diante de alguma realidade que não podem ser resolvidas com as soluções que sempre foram usadas no passado.

Estão dessa forma, diante de situações de desafios e confrontos aguçam a criatividade. Um dos cônjuges nem sempre está pronto para o novo e pode traduzir novas atitudes como traição. Traição de um jogo que tem de ser jogado sempre da mesma forma.

A necessidade de amadurecer, crescer e de mudança é possível para qualquer “sujeito” não “psicótico” e que seja analisável.

não só nos casamentos mas em outros tipos de relações sociais e familiares esse vínculo “transferências” do passado de cada um nós.

A psicanálise diante desse dilema humano pode facilitar a travessia para o surgimento de um novo posicionamento do sujeito “eu”.

Isso poderá trazer uma excelente oportunidade de crescimento e maturidade para ambos.

Muito embora nossas carências antigas necessariamente não são tão negativas ou impossíveis de serem superadas. Essas carências podem integrar novas formas de estruturação psíquica ao serem confrontadas com as exigências do presente.

Inúmeros motivos podem levar um casal à terapia.

Por exemplo, os conflitos motivados pelas razões citadas acima.

Esta fase não é fácil, pois a descoberta deste “outro lado” do cônjuge pode despertar sentimentos de hostilidade, raiva e melancolia.

Embora hoje no holding dos diagnósticos e alguns tipo de tratamentos está na “moda” que tudo é depressão ou se não é será e é medicalisada.

Todo casal precisa e pode divisar novos horizontes para suas vidas, mas ambos precisam respeitar-se como indivíduos e “sujeitos” com liberdade de escolhas.

Toda mudança não é trair, Mudar é uma proposta de respeitar a si mesmo primeiro para assim poder respeitar o “outro”. Isso sim é crescimento e maturação para o Amor.

Esclarecendo aos leitores que nem todas às crises e conflitos conjugais são vindos da nossa infância ou do inconsciente de cada um de nós; embora a base estrutural psíquica segundo Freud está nas fases e na infância.

Há crises por questões morais, de fundamentação religiosa, crises da não aceitação de que imperfeição humana é inerente a cada um. Muito embora a mídia e os modismos nos iludam como ser: “homens ou mulheres” perfeitos (as) se consumirmos ou comprarmos A ou Z para ser felizes e belos sempre.

A travessia nas sessões de “Análise” pode ajudar a cada um, pensante, falante sonhador e sujeito responsável pelo seu “Amor” e pelo conhecer-se melhor a si mesmo para encontrar uma saída da estrada das paixões para a ponte da estabilidade do Amor próprio.

Luiz Mariano é Psicanalista

www.abmpdf.com

sexta-feira, 4 de março de 2011

O papel do Psicanalista é intermediar ao “Analisado” sua potencialidade na travessia pela escuta interna na via da associação livre, Liberando-se da situação de vítima, tornando-o agente dos seus processos afetivos, para sua reedição, re-significação e de recomeço.

Em resumo gradativamente se saí
do "Discurso para a Prática de um novo Olhar para Viver a Vida".

Sinto – Busco – Compreendo – Reformulo

Prof. Luiz Mariano

quarta-feira, 2 de março de 2011

Carnaval e Psicanálise

  Carnaval e Psicanálise   “Tudo que é profundo ama a máscara” NIETZSCHE O Carnaval está presente nas origens gregas de nossa civil...