Comer meleca do Nariz! Recebi um vídeo pelo watsApp de um estudante de psicanálise no qual uma moça sentada no trem; comia compulsivamente meleca do seu nariz, no qual ele afirma que é um processo autofágico de fixação na fase oral. Respondi que talvez sim ou talvez não.·. Na psicanálise coloquial e sem dogmas morais e religiosos, toda a gama de representação de um sintoma não é uma regra geral. E não serve como um uniforme onde se podem vestir as pessoas de forma igualitária dentro de um processo terapêutico de psicanálise adulta ou infantil para um diagnóstico de juízo de cada um. Caso estejamos aqui falando de psicanálise ciência do inconsciente humano e não da ciência do comportamento ou das emoções humanas. Há muito anos atrás dei aula uma escola rural, e meus pequenos alunos e alunas por vez ou outra comiam as melecas, cada um tinha um jeito de comer suas melecas. Na época observei que comiam melecas, quando se atrasava um pouco o horário do intervalo (r
Porque Sempre Desisto Todos querem saber por que não conseguem levar adiante planos e ações. Começam e param no meio do caminho ou simplesmente fogem de qualquer tentativa. Infelizmente não há uma resposta única. Cada caso é um universo, uma história diferente. Existem muitos motivos, mas basicamente todos possuem um mesmo agravante: o medo de se expor, de colocar em xeque suas dificuldades interiores. Há os que temem críticas e julgamentos; os que fogem de confrontar suas dificuldades ; os que não acreditam na própria capacidade e os que têm medo de competir. Existem aqueles que não querem subir por medo de cair, os que acreditam não ser merecedores e os que precisam continuar como vítimas. Como podemos notar, os motivos são os mais variados, mas o medo é sempre a constante. Uma boa dose de medo é necessária para garantir a sobrevivência, porém algumas vezes ele extrapola e passa a tolher, a limitar as nossas ações, tornando-se irraci
O Amor é dar o que não se tem (a alguém que não o quer). Esta frase aparece como um refrão no Seminário VIII, "A transferência" (1960-1961), tendo já figurado no texto "A Direção da Cura" (1958). Em ambos os contextos, é da transferência analítica que se trata, aquela que Freud não hesitou em chamar de amorosa. Na definição do Dictionnaire de la Psychanalyse, de Roland Chemama, no verbete amour (références Larousse), o amor é um "sentimento de afeição de um ser por outro, às vezes profundo, violento mesmo, mas sobre o qual a análise mostra que pode estar marcado de ambivalência e, sobretudo, que não exclui o narcisismo". O amor inspirou os poetas e os filósofos desde sempre, a própria Filosofia se intitulando como "amor da sabedoria". A psicanálise veio dar um giro no conceito, acrescentando ao psicológico e imaginário as incidências inconscientes do ser de desejo e de falta. Para demonstrar o quanto de antinômico pode perpassar o