A Expulsão da Infância
É preciso que pais, educadores e a justiça repense o que alguns programas de auditórios na televisão, estão fazendo com a "Infância" e o pior com autorização dos seus próprios pais, cujos a maioria (dos pais) "projetam em seus filhos os conteúdos, desejos recalcados, reprimidos da sua infância, ou mesmo do seu Édipo mal resolvido ou não dissolvido.
Os filhos (crianças) televisivas têm que desejar e realizar os desejos dos seus pais, têm que aumentar a audiência e dar Ibope, e me pergunto isso não seria uma forma de trabalho infantil.; fica aí a minha sugestão de reflexão aos nossos educadores, juristas e juízes
As Crianças que se vestem como adultos e imitam ser "artistas" ou cantores é o verdadeiro furto e abandono da sua "Infância" para se transformar em imitadores de ser "Adultos" fora de época e fora do tempo.
Em algumas dessas crianças já "percebe-se" que são projetos de seus "pais" que formularam esse "projeto" para os seus filhos onde se é "Imitar" ou o que jamais se desejou ser.
E fico a refletir se o "isso" e o "disso tudo" não é uma forma de "abuso" ou de agravamento a pedofilia ou estamos mesmo diante de uma nova forma de uma pedofilia que é aceitável e que foge ainda ao mérito educacional, penal e jurídico.
Mesmo que não haja nenhum envolvimento objetal/adulto ou de sexualidade, ainda é questionável se essa "erotização" artística do infantil onde, deixamos de "ser criança" para envolver-se em ser um "Adulto". Fico a imaginar como seria se os "pais" fossem obrigados por lei a imitarem e passarem por esse "travestis mo" de ser o que se não se deseja ou não se é.
Ao se anular o desejo da "Infância", expulsa-se o desejo de ser criança em sua época de infância para ser "Adulto" infantilizado para produzir prazer e ser remunerado.
E diante da psicanálise ficamos imaginando se hoje eles se tornam imitadores de artistas e cantores adultos, qual o tempo que ficará para serem crianças; será em suas velhices, será que esse projeto de imitação do "outro" não extingue a possibilidade de "Eu" ser "eu" mesmo ou algum dia vir a me conhecer quando o tempo de todas essas imitações passarem.
É urgente repensar o abandono da infância para imitar o "Outro" ou os "Outros" porque nisso podemos num futuro ter um efeito trágico e nefasto nas famílias, na educação e sociedade.
Luiz Mariano é M.D. Psicanálise Clínica