quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os Efeitos Colaterais se a Infância do Adulto Morrer....

Quero Meu Balão Mágico de Volta


Não deixe sua Infância Morrer.
Tenho observado o quanto mudou a infância nos últimos tempos e na data comemorativa que foi o dia das crianças. Isso me levou a essa breve reflexão pela simples escuta e olhar psicanalítico. 
Passando por algumas lojas vi “pais”, tias e avós a se balançar como se a dançar-se “disfarçadamente dentro das lojas com musiquinhas “infantis” e ao mesmo tempo vi algumas crianças apáticas que nem tinham noção de que a música era aquela que tocava e a remetia a lugar nenhum”. 
Inclusive o interessante é que vi algumas “crianças” olharem para seus pais, tios ou avós com um olhar de reprovação ou indiferença na dancinha sutil daquelas músicas infantis.
Mas quando as músicas mais antigas e infantis paravam, e ouvia-se uma espécie de batida funk com letras “mais” agressivas e de revolta, aí nisso vi algumas crianças se sintonizarem ao ritmo dessas músicas e se voltarem com um olhar meio que “perverso” para seus pais e cuidadores naquele momento de presentes.
Isso deve ser coisa de Psicanalista mesmo ver e ouvir o que quase ninguém percebe. 
É estamos vivendo um tempo em que o abandono de valores e de coisas simples da nossa educação infantil familiar e isso vai nos arremetendo direto a um “vazio” sem ressignificação para nosso “Ego”. 
O “Ego” sem ressignificação e simbolização de boas referências e valores disciplinares parentais pode talvez levar-nos sim a alguma forma de “psicose ou psicopatia” sublimada em algum momento de confronto, de falta, de luto ou de perda em nossa vivência. 
“Observei que o quanto uma nova batida musical seja eletrônica ou funk pode levar a criança a sublimar sua “revolta e a revelar” sua insustentabilidade afetiva” das aparentes e boas relações familiares e afetivas entre a infância e o mundo dos adultos. 
Hoje temos uma geração de “crianças” alienadas a jogos virtuais e tendo livre acesso a perfis e redes sociais, locais que na maioria das vezes nem pais e educadores não possuem acesso e nem a senha.
Pergunto aos pais e educadores vocês conhecem os contatos e amigos das Redes Sociais de seus filhos?
Hoje temos crianças que abandonam sua infância para se vestirem ou se travestirem de jogadores famosos ou para dançarem e cantarem como modelo ideal de adultos famosos que passam a imagem de (felizes) e isso tudo com consentimento e cumplicidade dos pais.
Vivemos uma “era” de Crianças que não imitam mais os seus pais e familiares como referência de educação, disciplina e respeito, mas de “crianças” que imitam a artistas “imaginários” porque no real até o ser “artista” é apenas uma mera representação e não o real do sujeito que se veste de artista. 
Parece que a “fama e o status” vêm para suplantar aos próprios pais e educadores, são poucas as crianças que “querem” se vestir e se parecer com seus pais. 
A grande maioria prefere se “vestir” como artistas, jogadores ou cantores (as), preferem se vestir de forma “totêmica” para se identificar com algumas tribos “urbanas”. 
Esse tipo de comportamento e outras coisas mais bizarras é que permite essa infiltração nas lacunas e vazios deixados desocupados pela educação e presença dos pais ou seus representantes simbólicos na criação dessas crianças ou filhos (as). 
O abandono da infância parece algo irrevogável e bem aceitável sem questionamentos por pais, educadores, religiosos e familiares.
E me pergunto se teremos um mundo mais justo, humanizado, menos violento e com mais sanidade; Se nossas “crianças” estão sendo criadas dentro dessa geração da falta de acolhimento e da indiferença ao sentimento do “outro”.
“No real ninguém e quase mais ninguém se importa com ninguém, porque o mundo virtual me remete a preguiça para não repensar nada do que sinto.”
Nossa infância está conectada ao “virtual” imaginário das redes sociais e jogos a maioria dessas crianças estão sem a presença da mediação dos seus pais e educadores. 
Hoje são muitas as crianças conectadas ao mundo através das redes sociais onde nem pais, educadores e a justiça têm acesso a seus conteúdos e nem suas senhas. 
É preciso aos pais, educadores e juristas repensar essa permissividade de conexão ao mundo virtual de nossas crianças, onde a maioria dos pais e educadores não tem acesso às essas redes sociais e aos jogos virtuais. 

São raros e poucos os pais que sabem que está na rede de amigos virtuais de seus filhos.
E por conta dessa “ausência” de pais como mediadores nestas redes virtuais; são inúmeros os casos de abusos, crimes e pedofilias facilitados pelas redes sociais. 
É preciso repensar até onde é saudável na construção do “Ego” infantil do sujeito pode se permitir a entrada em territórios sem a mediação e a presença de pais, educadores e religiosos.
As crianças estão “preenchendo” vazios e lacunas deixados pelos seus pais e educadores. 

Esses “espaços” são facilmente preenchidos por letras musicais, por vestimentas, e por redes virtuais onde na rede social posso pensar e me expressar sem a mínima possibilidade de não repensar nada.
Na vida só vai existir o “repensar” se houver alguém para fazer essa ponte de mediação com um olhar imparcial de cuidado, para dar as crianças esse ponto de referência. 
As crianças que não necessariamente vão para análise para resolver as neuroses de adultos.
Mas as mesmas são até vítimas das “neuroses” de adultos do próprio clã familiar ou parental.
É preciso se fazer “presente” nessa mediação dentro do clã familiar para que nossas crianças aprendam que têm que aprender a pontuar interpretar e confrontar cada necessidade, pedido e desejo para se sentir inserido no mundo moderno. 
“Na educação onde há disciplina e mediação haverá sanidade para construção do “Ego” infantil saudável mesmo que sendo neurótico, somente assim haverá possibilidade de Amor e Respeito ao próximo”.
“Mas onde não houver nada disso haverá a grande probabilidade de psicoses e psicopatias” para todo tipo de desordem humana. 
Prof. Luiz Mariano M.D.

Individuação e Separação

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