Nós, brasileiros, precisamos nos posicionar
frente a esse mar de corrupção que nos envolve.
Quando anulamos nossa capacidade de nos posicionarmos,
abrimos espaço para uma depressão que não tem tamanho.
Temos de expressar a nossa justa indignação diante do que nos afronta.
Roberto Freire costumava citar um poema para lembrar-me da importância de nos posicionarmos:
(Eduardo Alves de Souza - atribuído a Maiakóvski)
Falei sobre esse assunto em uma entrevista
para a "Revista Brasília Em Dia":
Quando viajo pelo mundo, fico chocado com a passividade da população brasileira.
Porque a gente vê que, em outros países em que os cidadãos têm consciência do seu poder, as pessoas conseguem fazer que os escândalos políticos se transformem em um acontecimento mais grave.
O ponto mais importante do resgate do ego do indivíduo é a justa indignação.
Por exemplo: a esposa é espancada pelo marido, ela aceita aquilo submissamente, entende que é porque ele estava nervoso ou que ele é alcoólatra, até o dia em que ela se sente indignada.
Então ela reage e muda essa situação. É preciso se indignar, quando alguma injustiça é cometida.
O que precisa acontecer é que as pessoas de bem se manifestem para dizer o seguinte:
"Olha, eu tenho lixo na minha casa, mas esse lixo está na lata de lixo. A casa toda não é um lixo".
Acho fundamental que as pessoas vejam que o Brasil não é Sodoma e Gomorra!...
Quando aceitamos atos não-éticos, a consequência
para nossa autoestima, para nossa dignidade, é muito ruim.
Ao longo do tempo, isso vai desencadear uma depressão.
O Brasil está sem heróis.
E nestes tempos nós perdemos uma das nossas grandes heroínas, que foi dona Zilda Arns.
Existem muitas pessoas admiráveis que estão escondidas
nos laboratórios, nas empresas, mas o que acaba havendo
é uma divulgação maior dos nossos anti-heróis.
Nós precisamos valorizar os heróis do dia a dia.
Precisamos valorizar a professora de ensino fundamental,
a enfermeira do hospital público, o policial que
expõe seu corpo ao perigo, perseguindo o traficante de drogas...
Nós precisamos voltar a valorizar as pessoas do dia a dia,
porque são essas pessoas que criam um lugar melhor para a gente viver.
A única maneira de a gente ter uma vida harmônica é ter uma vida baseada em valores.
A nossa sociedade dá mais importância aos objetivos do que aos valores, e a gente vê esse caos que aí está.
Os valores, como a busca da verdade, o amor, a cooperação,
fazem a sua personalidade, sua alma, sua estrutura de vida ficarem mais fortes.
E aí você vai materializando seus sonhos.
O equilíbrio nasce sempre do respeito aos valores.
Pense sobre isso!
Um abraço,
Dr. Roberto Shinyashiki é Psiquiatra e Escritor
www.abmpdf.com
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Clique no link abaixo e leia o artigo que escrevi sobre este tema:
http://shinyashiki.uol.com.br/index.php/artigos-detalhe/105/despertar-E-preciso
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