segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

cisne negro

Cisne Negro, neurose e psicose

 

O filme de Darren Aronofsky que concorre ao Globo de Ouro e provavelmente será indicado ao Oscar, está bombando na web. Primeiro, por causa das cenas de amor lésbico entre Natalie Portman e Mila Kunis. Segundo, por ter gerado o filho de Miss Portman com o coreógrafo Benjamin Millepied, seu parceiro nas belíssimas cenas de ballet do filme. Mas se "Cisne Negro" é uma iguaria fina para os amantes da Dança, para os estudiosos da Psicanálise é um verdadeiro banquete. Nina Sayers, filha única de uma mãe que "sacrificou sua carreira de pintora" para cuidar da garota, aparentemente não conheceu o pai, que ninguém conta se morreu, fugiu ou foi apenas um espermatozóide comprado. Provavelmente, esta ausência do 3º vértice do triângulo e o fato de não ter vivenciado seu Complexo de Édipo na idade certa, tenham levado Nina a projetar a figura paterna no Diretor, a quem tenta agradar com um perfeccionismo obsessivo, ao mesmo tempo em que disputa seu amor com a antecessora na posição de 1ª bailarina da Companhia. Essa obsessão, por sinal, é o único sintoma neurótico da personagem de Natalie. Os outros todos são pura psicose. Ao que tudo indica, a simbiose com a mãe, natural nos primeiros meses do bebê, não tendo sido desfeita, originou os sintomas psicóticos. As visões que levam o público a classificar o filme como "de terror", são alucinações desencadeadas pela paranóia da bailarina. Como a maioria dos paranóicos, Nina enxerga inveja nas outras bailarinas porque no fundo ela inveja sua antecessora. Invejar aqueles que sabem o que querem, conhecem seus desejos também é uma característica da perversão, aquele tipo de psicose comum nos que vivem par realizar os desejos dos pais ou das mães, o caso da moça. A partir das psicoses, Nina cria fantasias persecutórias horriipilantes que se voltam contra ela própria. Como se não bastasse, também carrega culpa pelo fato de a mãe responsabilizá-la por sua insatisfação e se mutila o tempo todo como auto-punição. Pro cardápio ficar completo, Nina tem ainda um bloqueio sexual que a impede de dançar com emoção. A ponto de o diretor lhe recomendar masturbação como lição de casa. Para concluir, a simbologia do mito do cisne Negro, onde a princesa má e a boa são representadas pela mesma solista reforça o conceito freudiano de que todos nós temos nosso lado obscuro, também conhecido como Id.

 

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