quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

“A Morte É Um Dia Que Vale a Pena Viver"

 

“A Morte É Um Dia Que Vale a Pena Viver:É Um Excelente Motivo para Se Buscar Um Novo Olhar para a Vida”....

A morte é um dia que vale a pena viver

Não se discute como cuidar de uma pessoa na fase final de doença grave e incurável.

Os professores fugiam das minhas perguntas, e alguns chegaram a dizer que eu deveria fazer alguma especialidade que envolvesse pouco ou nenhum contato com pacientes.

Diziam que eu era sensível demais e não seria capaz de cuidar de ninguém sem sofrer tanto quanto meus pacientes, ou mais.

A graduação foi o tempo mais difícil da minha vida, sem dúvida alguma. Ao final dela, escolhi a geriatria.

Pensei que, se cuidasse de pessoas mais velhas, talvez viesse a encarar a morte de uma maneira mais fisiológica e natural.

Mas as primeiras respostas só vieram quando uma enfermeira me deu de presente o livro Sobre a morte e o morrer, da psiquiatra suíça radicada nos Estados Unidos Elisabeth Kübbler-Ross.

Nele, a autora transcreve as experiências de seus pacientes diante do fim da vida e seu desejo de aproximar-se deles para ajudá-los em seus momentos finais.

Devorei-o em uma noite e, no dia seguinte, aquela dor engasgada no peito aliviou, sabe? Consegui sorrir.

Prometi a mim mesma:

Eu vou saber o que fazer.

Depois começaram os plantões de pronto-socorro, mas eu tinha mais autonomia para pensar e agir.

Era mais fácil, pois eu já compreendia o processo das doenças, sentia mais tranquilidade para conversar com os doentes e percebia que dar atenção a eles fazia com que melhorassem mais rápido.

Eu gostava demais de conversar com os pacientes e saber de suas vidas além de suas doenças.

Sobre a arte de ganhar existem muitas lições, mas e sobre a arte de perder?

Ninguém quer falar a respeito disso, mas a verdade é que passamos muito tempo da vida em grande sofrimento quando perdemos bens, pessoas, realidades, sonhos.

Saber perder é a arte de quem conseguiu viver plenamente o que ganhou um dia.Em 2012,

Ana Claudia Quintana Arantes deu uma palestra ao TED que rapidamente viralizou, ultrapassando a marca de 1,7 milhão de visualizações.

A última fala do vídeo, "A morte é um dia que vale a pena viver", se tornou o título do livro que, desde seu lançamento em 2016, vem conquistando um público cada vez maior.

Uma das maiores referências sobre Cuidados Paliativos no Brasil, a autora aborda o tema da finitude sob um ângulo surpreendente. Segundo ela, o que deveria nos assustar não é a morte em si, mas a possibilidade de chegarmos ao fim da vida sem aproveitá-la, de não usarmos nosso tempo da maneira que gostaríamos. Invertendo a perspectiva do senso comum, somos levados a repensar nossa própria existência e a oferecer às pessoas ao redor a oportunidade de viverem bem até o dia de sua partida.

Em vez de medo e angústia, devemos aceitar nossa essência para que o fim seja apenas o término natural de uma caminhada.

GOSTO DE CAVAR AS HISTÓRIAS COMO QUEM PROCURA TESOUROS. E EU SEMPRE OS ENCONTRO.

Dra. Ana Claudia Quintana Arantes

Escritora é Médica / Geriatra

https://www.conass.org.br/consensus/ana-claudia-quintana-arantes/

 

 

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

– Um Observatório do Édipo Lacaniano

 

Filme:

 “O Quarto de Jack”

– Um Observatório do Édipo Lacaniano

 Quando adentramos no estudo da psicanálise, não raramente, nos pegamos fazendo correlações e identificando conceitos psicanalíticos em narrativas trazidas pelo cinema, literatura ou teatro.

Recentemente, vivi esta experiência de forma muito marcante ao ver o filme “O quarto de Jack”, coincidentemente na mesma época em que estávamos estudando o Édipo em Lacan.

A apreensão da teoria ainda que demande uma grande dose de abstração, ao mesmo tempo nos incita a buscar ressonância com nossas experiências, sejam elas vividas ou observadas.

Quando assisti ao filme, tive a impressão de estar identificando os conceitos do Édipo Lacaniano como se o fizesse a partir da lente de um microscópio, em que é possível magnificar o objeto observado muitas vezes.

No filme que trata da relação de uma mãe e seu filho, dois elementos propiciam este tipo de observação; o primeiro é o confinamento espacial, pois o desenvolvimento da criança junto à mãe, durante os primeiros cinco anos de vida, se dá num diminuto quarto, sem contato físico com o mundo exterior; e o segundo é a dilatação do tempo cronológico, considerando-se que cinco anos supera em muito o tempo em que essa relação se restringe à díade mãe-filho.

Neste trabalho pretendo identificar e relacionar os três tempos do Édipo Lacaniano na história narrada em o “O Quarto de Jack”, a partir da abordagem de Hugo Bleichmar 1.

 

Incialmente apresentarei uma sinopse do filme, buscando informar ao leitor que não o tenha assistido e, posteriormente, à medida que discorrer sobre a teoria, retornarei à história, valendo-me disto quase como uma ilustração dos conceitos.

II– O filme “O Quarto de Jack” (Room)

 

O filme de 2015 é co-produção canadense-irlandesa, dirigido por Lenny Abrahamson e baseado no livro de mesmo nome, da autora e também roteirista do filme, Emma Donoghue.

A história é narrada a partir do olhar de Jack, garoto de cinco anos, que desde seu nascimento vive com sua mãe Joy, a quem ele chama de Ma, num quarto onde a visão do mundo exterior se restringe a uma clara boia no teto e às imagens de uma TV.

Joy tem vinte e quatro anos e há sete é mantida nesse cárcere por seu sequestrador, a quem ela se refere como Velho Nick.

Jack é fruto da violência sexual praticada pelo sequestrador, e foi desde seu nascimento a motivação que Joy encontrou para continuar vivendo naquela condição tão adversa.

No entanto, ao completar cinco anos, Joy percebe que é o momento de mostrar a Jack que existe um mundo além das quatro paredes do quarto em que ele sempre viveu.

O menino, de imediato, reluta em aceitar que haja uma realidade diferente daquela até então construída por sua mãe.

Porém, ainda que, aparentemente, a proteção e o afeto da Ma lhe bastassem, Jack aos poucos vai se deixando conduzir pela curiosidade de conhecer o mundo de fora e participa do plano arquitetado por Joy para enganar o sequestrador, Nick, e escapar do quarto.

Após a fuga bem sucedida que devolve a liberdade a Jack e sua mãe, inicia-se a segunda parte do filme, não menos aflitiva que a primeira, em que mãe e filho enfrentarão grandes desafios, ela para reencontrar seu lugar e ele para se adaptar a um mundo até então desconhecido.

III – O primeiro tempo do Édipo

 

No primeiro tempo, o menino é o falo da mãe sem o saber e esta, por possuir aquele, é a mãe fálica (BLEICHMAR, 1984, p.)

 Na primeira cena do filme, Jack narra seu nascimento: “Era uma vez…antes de eu chegar…, você só chorava e via TV o dia inteiro…, até virar zumbi.

Mas eu desci do céu pela claraboia até o quarto. E eu estava te chutando por dentro, bum, bum, e daí eu sai no tapete com os olhos bem abertos e você cortou o cordão e disse:

 Olá, Jack”. A ternura da voz do pequeno narrador revela o quanto ele se sentiu bem acolhido pela mãe ao chegar ao mundo.

 Tanto as condições adversas em que se encontrava Joy como a concepção decorrente de um estupro levam-nos a pensar sobre que lugar ocupou Jack na vida psíquica dessa jovem mãe.

Relembrando que Joy já se encontrava no cárcere há dois anos quando nasceu Jack, podemos supor que a capacidade de gerar, trazer ao mundo e cuidar de uma criança tenha lhe mobilizado um generoso quantum de pulsão de vida.

Joy depositou em Jack seu desejo de permanecer viva e ao fazê-lo o constituiu como falo, segundo Lacan, o significante da falta. Por outro lado, quando ouvimos de Jack: “… antes de eu chegar, você só chorava e via TV odia inteiro, até virar zumbi.”, o vemos perfeitamente identificado ao falo.

 

Nesse ponto recorremos a Bleichmar quando indica a distinção que Lacan faz entre o falo simbólico na estrutura edípica e o falo na subjetividade:

(…) Interpreta o falo, não a partir da subjetividade dos que estão na situação edípica e sim a partir de uma teoria que caracteriza o Édipo e a variação de seus tempos em função de como os personagens fiquem situados em relação ao falo (BLEICHMAR,1984,p.).

 Poderíamos dizer que, nessa situação, a privação da liberdade e a consequente violência impetrada a seu próprio Eu seriam para Joy a representação simbólica de sua castração, condição esta a que todo sujeito está submetido.

Investir no desenvolvimento do filho significou para Joy dar nova dimensão à vida circunscrita às quatro paredes do quarto e, ao fazê-lo, inscreveu em Jack sua condição de falo, ao mesmo tempo em que ela própria se constituiu como mãe fálica.

Em outra sequência do filme, quando Jack fala de si, da mãe e até dos utensílios e móveis presentes no quarto, percebe-se o quanto aquele espaço lhe é carregado de sentido. Joy se configura perfeitamentena mãesuficientemente boa de que fala Winnicott, pois a partir dos recursos que lheeram disponíveis, ela foi capaz de propiciar as condições necessárias para o desenvolvimento físico e psíquico de Jack.

 Jack responde de forma positiva aos cuidados da mãe, que se revelam na preocupação com a alimentação, uso de suplementos vitamínicos que ela pede ao sequestrador e até exercícios de ginástica realizados no pequeno espaço.

 Ele realiza sem resistência e de forma lúdica as tarefas determinadas pela mãe numa clara demonstração de que queria agradá-la. Joy se apoia em livros infantis, programas de TV, brinquedos construídos por ela para transmitir a Jack uma maneira de compreender sua realidade.

Até os cincos anos de idade, a relação mãe-filho ainda se configura numa relação de mutua completude que fica ainda mais evidente no gesto de Joy amamentá-lo com o seio antes de dormir.

O tom da narrativa de Jack na parte inicial do filme, em que ele descreve sobre sua origem e de como é a vida no quarto, pressupõe uma situação de existência harmônica, o que nos leva a pensar que ele próprio se veria como a imagem da perfeição e sobre quem não se inscreve uma falta. Nesse sentido, podemos dizer que Jack se vê identificado ao falo imaginário.

Falo imaginário é, assim, tudo o que completa uma falta de perfeição, anulando a imperfeição. (BLEICHMAR,1984, p.)

 

IV – O segundo tempo do Édipo

No segundo tempo, ambos deixam de ser o falo e de tê-lo, respectivamente, mas ainda assim há um personagem que o é: o pai. (BLEICHMAR, 1984, p.)

 Na sequência do filme, Jack completa cinco anos de idade e Joy lhe comunica que farão um bolo de aniversário para comemorar.

Os dois se dedicam a prepará-lo, e no momento da celebração, Jack cobra as velas, alegando que não seria um verdadeiro bolo de aniversário se não tivessem velinhas para serem apagadas.

A mãe tenta explicar que não pediu velas ao velho Nick, o sequestrador, porque ela só podia pedir um número determinado de itens e precisou optar por coisas de maior prioridade para eles.

A explicação não foi suficiente para aplacar a frustação de Jack, que protesta chorando muito.

Acredito que essa cena poderia ser vista como a inauguração do segundo tempo do Édipo, ainda que saibamos que o desenvolvimento psíquico não obedeça a uma sequência cronológica linear tão demarcada.

Nesse momento, uma falta se inscreve na relação mãe/filho, desfazendo-se a mútua completude.

Do ponto de vista da trama, supomos que a cena também instalou em Joy a certeza de que sozinha seria incapaz de suprir as necessidades do filho e de que deveria lhe falar sobre o mundo além das quatro paredes do quarto.

Pensando no que diz Bleichmar sobre a situação dos personagens em relação ao falo para caracterizar os tempos do Édipo em Lacan, diríamos que o lugar do “Pai” estaria representado pelo mundo fora do quarto e sobre o qual se volta o desejo de Joy, a mãe.

Nesse ponto, poderíamos pensar por que Nick, o sequestrador, não ocuparia o lugar de “Pai” na estrutura edípica?

 Antes de qualquer coisa, é bom que se diga que Joy, durante todo o desenrolar da história, nega até para si própria, a paternidade de Nick e em nenhum momento menciona a Jack que ele seria filho do sequestrador.

 É como que se o filho fosse fruto apenas dela
mesma. Aparentemente existiria um acordo entre ela e o Velho Nick de que este não manteria contato com o menino, tanto que, quando de suas visitas noturnas, Jack dormia ou ficava quieto dentro de um armário.

 Por seu lado, Joy atendia às demandas sexuais do sequestrador, sem relutância, como se fosse o preço pago para preservar a segurança de Jack.

 Deste modo, vemos que não está em Nick, o sequestrador, a função daquele que interdita o desejo da mãe em relação ao filho. Seu papel se manteve inalterado durante a trama, seu olhar se dirigia unicamente para Joy, como objeto de satisfação narcísica e o sintoma de sua psicose.

Voltemos agora para o momento em que Joy diz a Jack que uma vez que ele já tem cinco anos é capaz de compreender que, na verdade, existe um mundo fora do quarto e de que forma ela chegou até lá.

O menino, de imediato, reluta em aceitar que haja uma realidade diferente daquela inicialmente construída por sua mãe, baseada nos móveis e utensílios existentes no quarto, nas histórias de livros infantis e nos programas que ele via na TV.

Além disso, resiste em aceitar que a mãe não esteja satisfeita com a vida que levam juntos dentro do quarto.

O sofrimento de Jack nessa passagem se expressa na frase: “Preferia continuar com quatro anos”.

Podemos dizer que nesse momento Jack vivencia a dor de não ser mais aquele que supre o desejo da mãe – não ser mais o falo.

V – O terceiro tempo do Édipo

No terceiro, ninguém o é, o falo fica inserido na cultura, mas além de qualquer pessoa. O falo se tem, mas não o

·         (BLEICHMAR, 1984, p.)

Como já mencionado na sinopse, Joy elabora um plano de fuga para Jack e este não só consegue sair como indica o cativeiro de onde a mãe também é libertada.

Após a fuga, inicia-se uma nova fase da trama, onde a tônica será o desafio de ambos para se situarem no mundo fora do quarto.

Nessa segunda parte do filme, pretendo identificar algumas cenas que, a meu ver, ilustram bem o terceiro tempo do Édipo lacaniano: se no quarto a relação simbiótica entre mãe e filho permitiu a sobrevivência de ambos e certa sensação de que um era o complemento do outro, do lado de fora eles se veem defrontados cada qual com sua própria incompletude.

Ouso dizer, que não mais se veem como falo, o falo deverá ser conquistado.

Quando voltam para casa, Joy se depara com uma mudança estrutural na sua família, pois, durante os anos em que esteve sequestrada, seus pais se divorciaram e a mãe casou-se novamente.

Ela fica muito decepcionada quando se dá conta de que a vida dos familiares prosseguiu durante sua ausência.

Diríamos que nesse momento a dor de Joy se traduz na percepção de não ser o falo da família.

Para Jack, chegar ao mundo fora do quarto significou um novo nascimento e isso transparece até mesmo nas sensações de estranhamento em relação à claridade e ao dimensionamento de seu corpo diante de um espaço infinitamente maior do qual ele estava acostumado.

Além disso, ele vivenciará a separação em relação à mãe, pois Joy mergulha num profundo estado depressivo que culmina numa tentativa de suicídio.

Vemos que, diante dessa situação, Jack, apesar de ter vivido até então numa condição tão adversa, foi investido pela mãe com recursos psíquicos que o capacitam a enfrentar essa difícil fase de seu desenvolvimento.

Contando com a ajuda da avó, personagem muito amorosa, e da disposição do companheiro da avó, o garoto vai conseguindo paulatinamente se adaptar à nova situação de forma fortalecida, digamos que assim vai se dando sua inserção na cultura e aceitação de que há uma lei a que todos estão submetidos. Numa das cenas, ele declara à avó que a ama. Nessa frase fica estabelecida sua capacidade de se ligar a novos objetos.

Há uma cena do filme que considero bastante representativa do caráter circulante do falo – os personagens o têm, mas não o são. Ela acontece quando Jack pede à avó que corte seus longos cabelos, que até então não os cortava porque continha sua força, uma menção à história de Sansão, contada pela mãe.

Depois de cortados, ele pede à avó que leve o cabelo para a mãe que estava internada recuperando-se da tentativa de suicídio e explica-lhe que, naquele momento, ela é quem precisava mais de força. Nessa representação simbólica, Jack reconhece a castração da mãe e a sua própria, admitindo que algo fora dele possa ajudá-la. A força que estava com ele, pode ser transferida a Joy e a qualquer outro que dela necessite.

VI – Final

Na última cena do filme, a pedido de Jack, Joy o acompanha até o quarto onde viveu seus cinco primeiros anos. O garoto percorre o quarto como que procurando algo de si que pudesse ter deixado lá, mas aos poucos vai sentindo certo estranhamento, pois talvez não mais identifique aquele local
com as boas lembranças de uma fase de sua vida.

 Partem deixando para trás uma experiência traumática, mas levam consigo a construção de uma subjetividade calcada no amor.

 Segundo Lacan (apud BLEICHMAR, 1984), o que determina que o menino deseje ser o objeto do desejo da mãe não é a dependência vital, mas sim a dependência de amor. Joy, numa condição totalmente desfavorável, conseguiu amar e dar vitalidade a Jack.

DRA. DALVANIRA DE LIMA 

PSICANALISTA

 Fonte de consulta e Referência:

 BLEICHMAR, H. (1984) Introdução ao Estudo das Perversões:Teoria do Édipo em Freud e Lacan. Porto Alegre: Artes Médicas.

 https://centropsicanalise.com.br/2019/02/17/pais-de-lima-dalvanira-filme-o-quarto-de-jack-um-observatorio-do-edipo-lacaniano-ciclo-iii-maio-2016/

 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

“Reflexões Prática do Percurso Psicanalítico da Infância”

 

“Reflexões Prática do Percurso Psicanalítico da Infância”   

 

- Se Freud explica, Lacan implica Jung Inspira.....

- As Crianças inspiram os pais a reabitar sua Criança Interior e sugerem vá resolver algumas coisas edipica.    

- Daí muitos conflitos e dificuldades de pais & filhos ou com a criança (atual) demanda da criança da “criança” interior, recalcada dos: pais, avós, babás, educadores e representantes dessa criança.

A Psicanálise Infantil é uma travessia da desconstrução do drama de existir, depender para viver; da trama das palavras dos pais, educadores, mídias, música e cultura.

- A criança escuta o tempo todo.

- Será mesmo que a educação de “competitividade” de ter que ganhar, competir, vencer o semelhante é mesmo saudável para sanidade da criança.

- Vencer o semelhante nós tornará mais “humanos, humanizados? na vida adulta”; ou esse é apenas um discurso do estado que atende aos interesses do estado, como mecanismo de controle e manipulação, massificação do sujeito para viver e pensar nos ditames do (estado) e capital líquido e do consumo.

- Filhos e Crianças muito competitivas, pais em asilos de caridade ou asilos de luxo. Filhos e crianças humanizadas pais em casa com netos e bisnetos, dentro da sua casa para um fim digno e honrado.

- O Sujeito perde o seu primeiro abrigo e amor, ao nascer. Num mundo onde é a palavra da mãe é que mediará, implicará, faltará, sustentará e substabelecerão poderes e vínculos afetivos, a mãe desconhece o poder que representa no inconsciente dos bebês.   ( Quem sou Eu ? )  

- As “crianças e velhos” vivos e próximos representam em nossa memória, nossos “dramas e ensaios” da temporalidade da vida e seus ditames e aflições.

- Os partos humanizados na (água, piscina, banheiras) são mesmo benéficos para o inconsciente do ser humano?

- O amor do bebê dentro do útero, talvez para muitos de nós fosse o único amor verdadeiro, perfeito e nuclear de todo sujeito voluntário.

- Ao nascer o “trauma do nascimento” dessa saída do paraíso a ser perdido, entra em cena o recalque, que inclusive será a pandora da escuta das conversas e discussões dos pais, marido e mulher, familiares e todo mundo que se aproxime do berço ou aconchego do bebê.

- O bebê saiu do silencio do paraíso, e entra na trama das palavras dos pais e ambiente familiar, mesmo que o bebê não diga uma só palavra, não diga nada; ele escutará por bastante tempo o suficiente para adoecer.

- Ao reabitar terapeuticamente a sua “Criança” interior o homem aprende que “amar” é inclusive ressignificar o trauma e ressentimento do nascimento projetado para sua mãe ( ou sua representante materna ).

- Todos nós “carregamos subjetivamente” remorso por sentir “ódio, sentir ira” das aflições da nossa “mãe” no pré-natal, gestação e no momento que somos expulsos do paraíso no parto.

- Na vida adulta isso será projetado, transferido, possessão; ciúmes falta de autoestima, violência contra mulheres ou figuras femininas; perversão.

- As crianças e filhos, são representantes simbólicos dos sintomas e linguagem daquilo que se vive no ambiente familiar, escolar e da sexualidade dos pais.  

- A escola é um lugar de desfragmentação e projeção, intercâmbio de complexo de Édipo o tempo todo, é um cadinho da afetividade e vínculos vindos de casa.

- Normalmente em nossa; família; sociedade, cultura, ambiente escolar, condomínio, trabalho e lugares de convivência, as normas e regras são sempre burladas ou transgredidas porque na maioria das vezes quem às elaborou não agiu com ética ao não escutar o desejo de cada sujeito antes de impor. E ainda chamam isso de democracia.

 

Abs.

Prof. Luiz  MD . ' .

      

UMA REFLEXÃO SOBRE A SABEDORIA

    Sabedoria Muitas vezes, no intuito de ensinar, alguns instrutores vendem ensinamentos de outros - sejam esses ensinamentos adquiri...