terça-feira, 15 de julho de 2014

“ Acting Out” em Psicanálise por (Freud 1856/1939)

O que é  “ Acting Out”  em Psicanálise (Freud)
O Criador da Psicanálise Sigmund Freud empregou esse termo agieren (traduzido para o inglês como acting out) em 1905, na época em tratava do caso Dora.

Freud fez uso desse  termo com a situação transferencial da análise do “Caso Dora” e devido a sua resistência adveio a substituição da memória através da ação para fora.

Ao observar no acolhimento psicanalítico  a  interrupção precoce por parte de  Dora do tratamento, Freud escreveu que ela atuou uma parte de suas lembranças e fantasias ao invés de expressá-las com palavras no processo analítico.

Freud escreveu:
 “A transferência apanhou-me desprevenido, e, devido ao que havia de desconhecido em mim que a fazia lembrar-se de Herr K, ela vingou-se em mim como desejara vingar-se dele, abandonando-me do mesmo modo como se sentira abandonada e enganada por ele. assim Dora  ‘atuou’ uma parte essencial das suas lembranças e fantasias, em vez de reproduzi-las no tratamento psicanalítico; isso em psicanálise é “acting out”

A paciente faz a “transferência” através da “ação para fora” de um conteúdo “recalcado” que pela sua resistência que é algo inerente ao tratamento das neuroses inorgânicas que é o objeto do tratamento psicanalítico.

 Não é incomum muitos pacientes não conseguirem fazer o discurso de suas lembranças e fantasias pela fala da ambigüidade dos afetos recalcados. .  

Retornado a Freud em 1914, Sigmund Freud usa o termo em seu  texto Recordar Repetir e Elaborar, no qual ressalta seu entrelaçamento com a prática psicanalítica.
- Podemos dizer que o paciente não ‘recorda’ coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas o expressa pela atuação ou ‘atua-o’ (‘acts it out’). O paciente reproduz não como lembrança, mas como ação: repete-o, sem saber ou ter consciência que naturalmente, saber o que está repetindo”.

Neste escrito e trecho, o criador da Psicanálise Sigmund Freud se refere a ações que o paciente pratica ao invés de recordar. O paciente repete o que esqueceu e reprimiu ao reproduzir como ato, sem saber o que está repetindo. Sendo isso uma das formas mais peculiar de recordar que aparece durante a as sessões de análise psicanalítica.

Mas nem sempre o fato de haver a “repetição” em análise  não é sempre acting out, embora neste se expresse uma modalidade de repetição.

Prof. Luiz Mariano M.D.
Psicanalista Clínico


Referência e fonte de Consulta: “Caso Dora” (Obra de Domínio Público)

Edição tradução Inglesa – Obras Completas de Freud – Vol.: VII – Editora Imago 

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